sábado, 28 de novembro de 2020

 O aprendizado tem 3 fases...


De preferência adquira ou crie um filhote legalizado, de genética de Canto Clássico, mas tem as exceções, escolha um canto referencial de sua preferência ou um comercial.


1a Fase

Vetorização, fase que memorizam as notas, vai do nascimento até uns 60 dias de vida, passar o áudio de referência de 4 a 6 segundos de intervalos de um canto para o outro, tocar 40 minutos por 10 minutos descansando, até uns 60 dias.


2a Fase

Churriado, fase que sutilmente pronunciam algumas notas, o canto fica meio misturado, e param pra 1a muda de penas, a de ninho, passar o áudio de referência  de 8 a 10 segundos de intervalos de um canto para outro, tocar 30 minutos por 20 minutos descansando, até finalizarem a 1a muda.


3a Fase

Lapidação, esta fase dura a vida toda, onde separam os homens dos meninos, a partir dos 8 meses, uns até galam, passar o áudio de referência com intervalos de 10 à 12 segundos de um canto para outro, tocar 15 minutos por 35 descansando.


Obs:

Sempre acompanhar a evolução, mais do que 2 filhotes complica bem o resultado, evite disputas, mantenha encapado, para que preste atenção somente no áudio, faça um treinamento na estaca, até para guarda-lo é melhor que fique pendurado e não na parede.

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segunda-feira, 12 de outubro de 2020

ONOMATOPEIA

 o que é onomatopeia?

Onomatopeias, mimologias ou mimologismos

consistem na imitação aproximada entre o som de uma palavra e a realidade que a mesma representa. A palavra tenta imitar o som natural da coisa significada. Traduz ruídos, gritos, “vozes” de animais, sons de máquinas, ruídos humanos, sons da natureza, instrumentos musicais etc. As onomatopeias, em geral, são de entendimento universal, mas variam de acordo com o idioma.

terça-feira, 23 de junho de 2020

A IMPORTÂNCIA DO SOL PARA AS AVES


Ao contrário dos seres humanos, as aves enxergam os raios UV que fazem parte da luz natural do sol. Elas utilizam os raios UV para a alimentação e para a reprodução.

Uma ave em cativeiro pode ficar privada da radiação UV. Os raios UV da luz do sol que entra pela janela são eliminados por vidros e cortinas. Além disso, as fontes normais de iluminação doméstica não emitem UV. A vida sem os raios UV para as aves seria como se os seres humanos vissem tudo a preto e branco ou pior. Sem UV algumas espécies de aves não conseguem diferenciar o sexo.

Exemplos:

As penas das aves refletem os raios UV. Esta reflexão da plumagem desempenha um papel na seleção sexual das aves.

As aves de cores escuras (ex: pássaro preto), que para os olhos humanos são negros, aparecerem aos olhos das aves com várias cores. Acontece o mesmo com as aves de cores brancas.

A percepção UV desempenha um papel significativo na seleção da comida. Alimentos com os raios UV ficam ainda mais chamativos aos olhos dos pássaros como os vermelhos são mais vermelhos e os verdes são mais verdes. Uma ave relutante a comer precisa dos raios UVA para estimular o seu apetite.

A saúde dos pássaros X raios UV

Sem uma fonte equilibrada de luz, o ciclo oculo-endócrino (luz para a glândula pineal e para a glândula pituitária) é afetado, alterando todos os aspectos da vida da ave. Uma iluminação inadequada pode provocar agitação, enfraquecimento, problemas respiratórios e metabólicos.

As aves necessitam da vitamina D3 para um desenvolvimento saudável do esqueleto, para isso os raios UVB são necessários para sintetizar a vitamina D3.

Muitas espécies podem sintetizar a vitamina D3 da luz solar através da pele. Como a pele das aves está coberta com penas, elas não podem utilizar a própria pele para o fazer. Na maioria das aves, a glândula uropigial (impermeabilizante para as penas) recolhe a pré-D3 do sangue, e acumulando-a nos óleos glandulares. Estes são depois expostos á radiação UVB quando a ave se limpa e cuida da plumagem. Mais tarde a ave ingere materiais expostos aos UV quando volta a limpar e a cuidar da sua plumagem, e o óleo entra no organismo como pré-vitamina D, sendo transformado em vitamina D3 pelo fígado e os rins.

Lâmpadas para pássaros

Na falta da luz natural existe a necessidade de adicionar a radiação UV artificial, encontrada em lâmpadas especiais para aves. Essas lâmpadas emitem raios de UVA e UVB suprindo as necessidades dos pássaros em cativo desde que usadas corretamente (ex: respeitando o período de luz diária). Alguns criadores devido à grande quantidade de pássaros em cativeiro ficam difíceis colocá-los para tomar sol todos os dias, daí a importância de investir em uma boa iluminação.

Existem algumas lâmpadas UV que não podem ser usadas para os pássaros:

As lâmpadas de iluminação doméstica não produzem raios UV e a maioria das lâmpadas domésticas inibem a cor natural da visão da ave.

Lâmpadas utilizadas para répteis podem causar cataratas e as usadas em aquários não apresentam uma relação correta de vermelho/azul e também devem ser evitadas. (elas possuem raios UVB elevados).

Como deve ser o banho de sol?


Devemos dar a preferência pelo período da manhã, entre 8h e 9h. Uma saturação do tempo em exposição ao sol causa aos pássaros os seguintes sintomas:

Abertura do bico, aceleração do ritmo cardíaco, abertura dos ombros em relação ao corpo e desidratação.

Para maior segurança, coloque sobre a gaiola ou viveiro, um pano ou um papelão que cubra uma parte da área, oferecendo sombra, pois o pássaro saberá melhor do que nós a hora de abrigar-se. Lembrando de trocar a água de bebida após o banho de sol.

quarta-feira, 10 de junho de 2020

Bitola,
dificilmente passa dos 150 cantos nos 15 finais de uma roda, pois da uma cantada, ou canto inteiro raramente corta.

Picador,
divide a cantada em cantos, ou cortes, em boa forma e bom manejo passa fácil dos 200 cantos nos 15 minutos finais.

Chuva, bambuzeiro ou dobradeira, deixa as demais categoria, canto e cantada de lado, até abandonam o extinto de territorialidade, ficando alheios aos concorrentes, emitem notas desconexas, dando a falsa impressão de corte de canto, levando o marcador a dúvida, e com isso registrando, no mínimo um canto, aí passam dos 300 cantos nos 15 minutos finais de uma competição de roda de fibra.
Obs; uma cantada é formada por 1 conjunto de cantos, um canto pode ser subdividido em várias notas.

sexta-feira, 5 de junho de 2020

Mutações
Mutação é toda alteração espontânea dos caracteres hereditários (genes) transmissíveis à descendência. Chamamos de pássaros mutantes aqueles que diferem dos seus ancestrais. As mutações não afetam a posição do gen no cromossomo, mas o gene mutante produz um efeito diferente do gen original. Muitas mutações passam despercebidas pois seus efeitos são de pouca expressão, há outras onde o efeito é percebido sensivelmente. Toda mutação é progressiva e só manifesta todo seu esplendor com o passar do tempo.

São infinitas as possibilidades de tonalidades de cores nos pássaros. Quando combinadas com fatores mutantes a variedade cresce mais ainda. Estas variações podem tanto atuar nos lipocromos como nas melaninas.

Todos os pássaros tem duas cores básicas:

1) Cor Melânica: Melanina: Existem duas classes principais de melanina: eumelanina, que nas aves variam da cor negra ao cinza azulado; e feomelanina, que variam da cor castanho escuro ao bege claro. Se distribuem principalmente no eixo das penas e na periferia;

2) Cor Lipocrômica: Se apresenta em várias gradações de vermelho, amarelo ou simplesmente branca.

A cor que vemos nos pássaros é resultante da combinação dos efeitos dessas duas cores básicas. São transmitidas em genes diferentes de forma independente. As diversas possíveis mutações podem atuar tanto nas melaninas como nos lipocromos, reduzindo sua expressão em graus variáveis, inibindo seu aparecimento ou aumentando seu efeito.



O Leucismo é uma particularidade genética devida a um gene recessivo, que confere a cor branca a animais geralmente escuros. É caracterizado pela perda completa do pigmento melanina (dos dois tipos eumelanina e feomelanina) nas estruturas de cobertura da pele (penas) mas sem perda de melanina cutânea (olhos, mucosas, derme), deixando-os com a coloração branca. Esta mutação pode ocorrer de forma total ou em somente partes do corpo do indivíduo. Espécimes irregularmente manchados são também denominados “arlequim” (arlequinismo). Se o indivíduo for completamente branco (com a derme pigmentada) é um Leucistico; sendo predominantemente branco mas com manchas de outra cor, é um leucístico com Arlequinismo normocronico;

O Leucismo é diferente do albinismo : os animais leucísticos não são mais sensíveis ao sol do que qualquer outro. Pelo contrário, são mesmo ligeiramente mais resistentes, dado que a cor branca possui um albedo elevado, protegendo mais do calor.

O Melanismo é oposto do Leucismo. O Melanismo se consiste no aumento da produção de melanina, conferindo coloração mais escura ao indivíduo. Indivíduos melânicos se associam normalmente com outros indivíduos da mesma espécie, já que o melanismo não traz doenças associadas como o albinismo.

As melaninas se apresentam em várias tonalidades de cor, partindo do negro imaculado podendo chegar ao bege claro, em algumas vezes é quase impercepitível. Pode até em algumas circunstâncias ser totalmente inibidas. Quando o pássaro tem os lipocromos inibidos e apresentam alguma melanina, são chamados de melânicos puros.

Coleiro de Plumagem Branca (Leucístico)
Sporophila Caerulescens

Coleiro de Plumagem Negra

(Melânico)
Sporophila Nigricollis

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Hibridismo & Mestiçagem




Introdução

O hibridismo é o cruzamento de indivíduos de Gêneros diferentes, e o produto deste cruzamento recebe o nome de Híbrido. Quando os produtos destes cruzamentos apresentam comportamento reprodutivo semelhante aos das espécies que lhes deram origem e apresentam-se férteis, dizemos que são Mestiços.

A hibridação não se constitui um fato novo, nem mesmo uma descoberta de laboratório ou algo parecido, ela ocorre na natureza e se constitui um fenômeno espontâneo. A hibridação espontânea é provocada pelo desequilíbrio entre o número de indivíduos machos e fêmeas de determinado Gênero (escassez de um dos sexos) este fato tem levado ao surgimento de hibridações espontâneas como forma de preservação natural encontrada pelas espécies ameaçadas.

Temos observado na Mata Atlântica do Sul da Bahia o surgimento espontâneo provocado por desequilíbrio do meio ambiente de indivíduos Híbridos ou Mestiços dos Gêneros (Oryzoborus X Sporophila). Este surgimento é intenso em regiões em que a captura do Chorão macho (Sporophila leucoptera) mediante a prática predatória da "Pegada" provocou uma sensível redução dos machos desta espécie, levando as fêmeas em abundância a buscarem outras alternativas de reprodução, dentre elas, os Curiós (Oryzoborus angolensis) como forma de continuação do processo reprodutivo deste gênero.

A hibridação espontânea tem sido muito observada na natureza. Particularmente acho muito importante estas ocorrências do ponto de vista do surgimento de uma descendência com maiores condições de sobrevivência ao meio ambiente, que sofre mudanças constantes devido à ação do homem. Estas descendências, por serem mais resistentes, suportam melhor o meio ambiente que as geraram, podendo dar origem a uma nova espécie bem mais desenvolvida. Cada indivíduo envolvido na hibridação possui um conjunto de genes diferentes que são combinados em um novo ser, dando origem a uma nova genética diferente da de seus pais. Muitos embriões híbridos não se desenvolvem, aparentando falta de interatividade entre as combinações gênicas das espécies que os geraram, no entanto outros o fazem muito bem, inclusive superando as condições desfavoráveis, competindo mais tarde em condições de resistirem ao meio ambiente com as espécies que os geraram, principalmente por serem bem mais resistentes.

Os trabalhos de hibridação com o Curió tem sido muito pouco divulgados, acredito que por suas limitações, ou sejam: falta de compatibilidade genética entre os pares, quanto à possibilidade de acasalamento dos indivíduos de Gêneros diferentes; aceitação de um pelo outro, bem como os autos índices de mortalidade dos embriões durante a fase de desenvolvimento por incompatibilidade gênica dos pais. Apesar destas dificuldades, divulgaremos neste artigo as técnicas empregadas com sucesso na hibridação do Curió X Chorão (Oryzoborus angolensis X Sporophila leucoptera) e Curió X Caboclinho (Oryzoborus angolensis X Sporophila bouvreuil). Informo ainda ter conhecimento da prática de hibridações entre Curió X Coleiro-do-brejo (Oryzoborus angolensis X Sporophila collaris collaris).

Embora o IBAMA não recomende a prática das hibridações, e o faz alegando que os pássaros devem permanecer em domesticidade da mesma forma em que se encontram em vida silvestre, negando a estes extraordinários híbridos o competente registro, e ignorando a contribuição que os mesmos vem dando a genética das Criações Amadoristas, muito se tem feito no tocante à incorporação de genes portados pelos distintos gêneros envolvidos nas hibridações.

Pelo exposto, tenho praticado e recomendado à hibridação como forma de aprimoramento e construção genética do "Curió Doméstico", pois através desta prática podemos incorporar à genética do Curió genes capazes de dota-lo de características desejáveis e em percentuais de sangue adequados a externarem os ditos caracteres.

A hibridação, em última análise, nos permite dotar um determinado indivíduo de caracteres não possuídos originalmente por uma das espécies envolvidas nos cruzamentos, poupando-nos tempo e investimento em cruzamentos seletivos aonde se buscam a seleção dos indivíduos portadores de características desejáveis para através de cruzamentos dirigidos fixa-los à prole por hereditariedade. Vale ressaltar que muito se tem a aprender nesta área. A grande incidência de indivíduos não férteis ou temporariamente nestas condições se constitui uma grande limitação ao avanço das hibridações aqui referidas, contudo, esperamos conhecer melhor todos os aspectos envolvidos nas hibridações no sentido de minimizar as dificuldades hora existentes em relação à fertilidade dos F1 (Indivíduos portadores de ½ sangue de cada gênero, envolvido no cruzamento).
Método Para Prática do Hibridismo - Imprinting

É de fundamental importância o conhecimento dos mecanismos que imprimem nos pássaros as características de sua própria espécie. Eles precisam conhecer o seu padrão de comportamento e isto incluem aspectos instintivos e até mesmo, aspectos sociais aprendidos no convívio com os seus semelhantes.

É necessário que cada pássaro forme a sua própria identidade, mediante o aprendizado dos hábitos e costumes de sua espécie, para que se comporte como tal. Dentre estas características encontramos o canto como sendo uma das mais importantes, no entanto, não é o canto a única característica comportamental que irá definir determinado pássaro em relação ao padrão de sua espécie.

É que diversos pássaros vetorizam o canto de outras espécies e os adotam para o resto de sua vida, sem que a ela pertençam. É nesta capacidade de aprender o dialeto de outras espécies, bem como a aquisição de seus costumes, que a natureza em certos casos tem garantido a preservação das espécies. Contudo, é fundamental que determinado pássaro adquira os conhecimentos necessários a definir-se como sendo desta ou daquela espécie, e sabemos que o canto por se só não os define, portanto os pássaros devem adquirir um conjunto de conhecimentos capaz de formarem a sua identidade mediante o mecanismo conhecido como Imprinting, que nada mais é que a estampagem na mente destes comportamentos.
O Canto & a Côrte

Sabemos que no ritual de acasalamento o cortejamento da fêmea pelo macho é feito mediante o uso de elementos sonoros, o canto é aliado às exibições da plumagem e posturas em que o macho exibe a sua plumagem efetuando uma espécie de dança nupcial. Este comportamento sexual é especifico de cada espécie cujo grau de exigência da fêmea é tão maior quanto maior for à capacidade do macho em exibir os seus dotes pré-nupciais no qual é reconhecido e aceito pela fêmea. O sucesso da corte está intimamente ligado ao seu bom desempenho, quanto ao uso eficiente destes elementos, aonde o canto desempenha papel fundamental.
Imprinting & Cortejamento

No Hibridismo é indispensável que os dois gêneros distintos que se pretende a reprodução, sejam dotados de afinidades genéticas para que ocorra a fecundação do ovo, e mais, é fundamental que a côrte do macho seja aceita pela fêmea como sendo de seu próprio gênero, e isto envolve a aceitação do canto do macho pela fêmea no caso desprovida de reação sexual para aquele canto, que é de outro gênero.

É indispensável que ambas as espécies envolvidas em acasalamentos híbridos possuam o mesmo Imprinting, caso contrário à corte não será aceita pela fêmea de gênero diferente que, exigirá a corte de sua própria espécie e isto envolverá a troca do canto do macho pelo canto do gênero da fêmea ou a aceitação desta pelo canto do gênero do macho.

O plantel para hibridações deverá ser composto por dois ou mais gêneros distintos que se pretende reproduzir, sendo que estes gêneros deverão possuir o mesmo Imprinting, caso contrário, não ocorrerá a aceitação da corte entre eles, inviabilizando todo o processo de hibridação.
Gêneros Distintos Dotados do Mesmo Imprinting

Para a prática da hibridação, necessitamos produzir previamente indivíduos dotados de Imprinting distinto dos da sua espécie e iguais aos da espécie que queremos acasalar. Sem esta providência, não ocorrerá à aceitação da corte por parte da fêmea e conseqüentemente a cópula. Para a obtenção de indivíduos pertencentes a gêneros distintos, contudo, dotados do mesmo imprinting, procedemos da seguinte maneira:

1. Escolhemos de qual gênero será a matriz utilizada entre os gêneros envolvidos nos acasalamentos. Os critérios de escolha serão sempre levando em conta qual dos gêneros envolvidos nos acasalamentos possuem matrizes dotadas de extrema docilidade e dedicação com a prole e tenha como característica uma seletividade alimentar ampla e diversificada para que possamos garantir com maiores chances a cria da prole.

2. Definido o gênero da matriz a ser usado nos cruzamentos, exemplo: Fêmea de Chorão (Sporophila leucoptera), precisa que esta aceite a corte do Curió (Oryzoborus angolensis) que é de gênero diferente. Para que aja a aceitação da corte do Curió pela Fêmea de chorão é necessário que esta tenha adquirido previamente o Imprinting do Curio, sendo assim a corte terá a sua eficiência reconhecida e a cópula ocorrerá normalmente resultando deste cruzamento indivíduos dotados de 50% de sangue de cada Gênero distinto, logo, será um Híbrido.
Criação de Imprinting de Gênero Diferente.

Para obtenção de fêmeas de chorão ou qualquer outro gênero com Imprinting de Curió procedemos de duas maneiras distintas:

1. Colocamos os ovos do Chorão para serem incubados por fêmea de curió que crie com a presença do macho na mesma gaiola ou viveiro em plena harmonia. É necessário que os filhotes de chorão sejam tratados por ambos (macho e fêmea de Curió) para que se estabeleça na prole o Imprinting do gênero do Curió em ambos os sexos. Quando da apartação, os filhotes de Chorão já pialam de Curió e o surgimento do canto do Curió no filhote macho de Chorão ocorrerá tão logo se cumpra o "Período do Corrichar" principalmente se ocorrer Vetorização Dirigida do canto portado pelo Padreador Curió, que será usado mais tarde no acasalamento com a fêmea de Chorão. Estes cuidados aumentará o grau de eficiência do Cortejamento já que o Curió macho aceita Copular com qualquer fêmea de qualquer gênero desde que esta aceite a sua corte. Devemos durante todo o tempo em que manejamos os filhotes de Chorão dotados de imprinting de Curió evitar que tenham contato auditivo e visual com a sua espécie de origem genética sobre pena de corrermos o risco de perder todo o trabalho com o abandono do imprinting de Curió pelos filhotes que poderá faze-lo de imediato ou progressivamente com o decorrer do convívio.
Ao atingirem o amadurecimento sexual, as fêmeas de Chorão estarão aptas a serem cortejadas pelos Curiós, bem como o Chorão macho dotado de canto de Curió poderá com certa dificuldade ser aceito por fêmeas de Curiós jovens.

2. Após o nascimento dos filhotes de Chorão, encubados por mãe Chorona, transferimos os filhotes para "Amas" do Gênero Curió. Quanto mais sedo ocorrer esta transferência, maiores serão as chances de sucesso, em especial se utilizado como "Ama" um casal de Curiós. Não sendo possível, devemos manter próximo aos filhotes em regime de "Ama" um Curió vocalizando o dialeto do futuro Padreador. Todos os demais aspectos citados anteriormente se aplicam ao sistema com o uso de "Amas".


Todo o método aqui descrito se aplica aos mais variados Gêneros desde que possuam compatibilidades Genéticas entre os Gêneros a serem utilizados. Vale a pena ressaltar que da mesma forma que alguns Curiós trocam de dialeto (Cabeças Moles) algumas fêmeas por escassez do espécime macho de seu gênero trocam de imprinting espontaneamente. Para tanto, basta que não mais escutem o canto conhecido como sendo do seu Gênero. Informo ainda que um número significativo de fêmeas jovens do Gênero Sporophila quando mantidas em criadouros do Gênero Oryzoborus trocam espontaneamente de imprinting como forma de preservação da sua espécie, fato constatado também na natureza quando ocorre a escassez do macho.
Cruzamentos Com F1-Híbridos (1/2 Sangue)

Ao obter-se indivíduos dotados de ½ sangue de Gêneros distintos, teremos cumprindo a primeira etapa da hibridação. Em seguida, prosseguimos com os cruzamentos dos F1-1/2 sangue com fêmeas de Curió para incorporação de genes responsáveis pelos alguns dos aspectos desejáveis de um Gênero no outro. A incorporação do timbre vocal e andamento melódico do Chorão (Sporophila leucoptera) no canto do Curió (Oryzoborus angolensis), foi conseguido desta forma, mediante a incorporação dos percentuais de sangue ideais para estas fixações no genótipo do novo Curió. Salientamos que os indivíduos F2; F3 etc. são únicos, produzidos em ambiente doméstico e só diferem dos que lhes originaram na qualidade genética que possui, com aprimoramento dos aspectos mencionados e mantendo o mesmo Fenótipo do Curió como conhecemos.
Muito se tem ainda para estudar nesta direção, contudo a falta de estímulo provocado pela não regulamentação e registro no IBAMA dos espécimes resultantes de hibridações, vêm colocando a margem da legalidade todo um trabalho de suma importância. Necessário se faz que todos os criadores praticantes de hibridações em seus mais variados níveis efetuem registros detalhados de seus cruzamentos para que não se percam informações que, sem dúvida, num futuro bem próximo, serão de grande valia para o conhecimento Ornitológico.
Transcrevo trecho pertencente a E-mail enviado ao grupo de discussão ornitofilia@grupos.com.br pelo Ornitólogo Roberto São Manoel, onde de forma objetiva define a questão.

"Os cruzamentos domésticos de espécies diversas não interessam e não devem interessar ao IBAMA, posto que não é tratado em nenhuma lei, já que se tratam de espécies novas, que não fazem parte da fauna silvestre, não estão em rota migratória, não pertencem ao meio ambiente e não se caracterizam como Recursos Naturais".

Acho prematuro definir neste momento uma visão de futuro, contudo, se todos nós Ornitólogos brasileiros nos dispusermos a trabalhar, quem sabe seja este os novos caminhos que nos levará aos "Novos Tempos".


Agradecimentos ao Autor: Dr. Gilson Barbosa - BA
Muda de Penas
Quando, como e por que a ave troca as penas? Mais do que apenas para embelezar, as penas desempenham funções essenciais para a vida das aves, auxiliando durante o voo, contribuindo para a termorregulação e até mesmo repelindo a água! Com tudo isso, é natural que elas se desgastem com o tempo.
A substituição das penas nas aves, chamada de muda de penas, é um processo natural que ocorre em todas as espécies de aves, normalmente uma vez ao ano. Ela se inicia após o termino da temporada de reprodução, que coincide com o início do outono e com a mudança no fotoperíodo, dias mais curtos que a noite.
Em cativeiro o processo de substituição das penas é mais rápido, leva em torno de 8 semanas. As penas vão sendo substituídas de forma gradativa, sem ser percebidas falhas na plumagem, nem excesso de penas no fundo da gaiola.
Durante esse período as necessidades nutricionais das aves são modificadas. Elas necessitam de mais proteínas e energia para a formação de novas penas. Por este motivo é fundamental complementar a dieta de manutenção, com extrusadas de sua preferência, com 25% de Farinhada.
Para que a substituição das penas ocorra sem falhas, é fundamental que a alimentação das aves seja balanceada durante todo o ano. Como a produção de novas penas requer muitos nutrientes, as aves diminuem outras atividades para poupar energia. Por este motivo não se reproduzem, param de cantar e diminuem suas atividades de forma geral.
A higiene é fundamental para promover a saúde e bem estar das aves. No período de muda, estes cuidados devem ser mantidos. Limpe a gaiola diariamente, retirando as fezes e sujeira em geral. Os poleiros, comedouros e bebedouros devem ser higienizados. Continue disponibilizando a banheira para as aves nos períodos mais quentes do dia, após o banho coloque a gaiola no sol, para prevenir o desenvolvimento de fungos. Mantenha sempre a gaiola longe de correntes de vento e locais úmidos.
Problemas comuns durante a muda de penas:
- as penas caem e não são substituídas, o que chamamos de Muda Encruada.
- período muito longo da muda.
- as penas nascem feias e manchadas.
Os problemas citados podem ocorrer por diversos motivos. O principal deles normalmente é a alimentação à base de sementes, já que não possuem vitaminas, minerais e proteínas suficientes para suprir as necessidades da ave, além de gerar problemas hepáticos devido ao excesso de gordura.
Nesta situação a ave utiliza os recursos disponíveis para sobreviver ao invés de investir em penas saudáveis. Existem algumas causas externas que também podem estar relacionadas diretamente a este problema, como os ácaros e alta umidade, por exemplo. A dificuldade no crescimento de novas penas também pode ter fundo psicológico, como a presença de outro animal no mesmo ambiente que estresse muito sua ave.
Antes de mais nada, a alimentação da ave deve ser revista para que se descarte problemas nutricionais. Sugiro como alimentação de manutenção, rações estrusadas preferidas de suas aves, ou implante gradualmenta , que é um alimento completo e balanceado para cada espécie. Nas épocas de muda de penas, reprodução ou convalescença utilize também uma boa Farinhada, que auxilia a suprir a maior carência de proteína destes períodos.
Além disso, forneça uma suplementação vitamínica emergencial: 5 dias consecutivos com  Polivitamínico alternando com 5 dias consecutivos da utilização de um Revitalizante. Faça isso durante um mês e verifique os resultados.
Outro fator importante é verificar o ambiente onde a ave está sendo mantida para que seja livre de estresse (barulho, presença de outros animais, corrente de vento, etc). Se estes procedimentos não forem suficientes para um bom resultado, recomendamos que a ave seja avaliada por um médico veterinário para que o mesmo verifique se existem parasitas responsáveis ou realize um diagnóstico mais acertado, avaliando a ave in loco.